Arq. Bras. Aliment., Bauru, v. 8, n. 00, e023004, 2023. e-ISSN: 2446-9262
DOI: https://doi.org/10.53928/aba.v8i00.5001 1
PROSPECÇÃO DO POTENCIAL GASTRONÔMICO DE “ERVA-BALEEIRA”
(Varronia curassavica JACQ.)
PROSPECCIÓN DEL POTENCIAL GASTRONÓMICO DE LA "ERVA-BALEEIRA"
(Varronia curassavica JACQ.)
PROSPECTING THE GASTRONOMIC POTENTIAL OF “ERVA-BALEEIRA”
(Varronia curassavica JACQ.)
Maria Luiza da Silva CORDEIRO1
e-mail: maludasilva19@gmail.com
Liz Cristina Camargo RIBAS2
e-mail: lizribas@ifsc.edu.br
Patrícia Matos SCHEUER3
e-mail: patricias@ifsc.edu.br
Como referenciar este artigo:
CORDEIRO, M. L. S.; RIBAS, L. C. C.; SCHEUER, P. M.
Prospecção do potencial gastronômico de “Erva-Baleeira”
(Varronia curassavica Jacq.). Arq. Bras. Aliment., Bauru, v.
8, n. 00, e023004, 2022. e-ISSN: 2446-9262. DOI:
https://doi.org/10.53928/aba.v8i00.5001
| Submetido em: 05/06/2018
| Revisões requeridas em: 15/06/2019
| Aprovado em: 11/08/2023
| Publicado em: 23/09/2023
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Florianópolis SC Brasil. Tecnóloga em Gastronomia.
2
Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Florianópolis SC Brasil. Professora de Ensino Básico, Técnico e
Tecnológico, Departamento de Ensino, Pesquisa e Extensão (DEPE).
3
Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Florianópolis SC Brasil. Professora de Ensino Básico, Técnico e
Tecnológico, Departamento de Ensino, Pesquisa e Extensão (DEPE).
Prospecção do potencial gastronômico de “Erva-Baleeira” (Varronia curassavica Jacq.)
Arq. Bras. Aliment., Bauru, v. 8, n. 00, e023004, 2023. e-ISSN: 2446-9262
DOI: https://doi.org/10.53928/aba.v8i00.5001 2
RESUMO: O trabalho avaliou o potencial gastronômico como tempero da planta autóctone
brasileira conhecida por erva-baleeira (Varronia curassavica), com foco em seu aroma, a partir
da análise da sua aceitabilidade e intenção de compra, bem como da influência do pré-
processamento (secagem) e da temperatura de cocção na manutenção da intensidade aromática.
Apenas 3,4% dos juízes (n= 86) reconheceram efetivamente a planta, enquanto 86% relataram
nunca a terem utilizado (os poucos usos mencionados foram medicinais). As sugestões de uso
gastronômico foram descritas por 94% dos avaliadores, com destaque para carnes (64%),
molhos (26%), massas e pizzas (22%). Não houve diferença significativa da intensidade do
aroma entre folhas frescas e secas, mas a aceitabilidade das secas foi significativamente
superior, bem como a intenção de compra (76% para folhas secas e 54% para in natura). A
avaliação da influência da temperatura de cocção na manutenção aromática direcionou o uso
gastronômico da espécie sob temperaturas abaixo de 100 °C, especialmente a 60 °C.
PALAVRAS-CHAVE: Biodiversidade. Tempero. Aroma. Plantas alimentícias não
convencionais.
RESUMEN: El trabajo evaluó el potencial gastronómico como condimento de la planta nativa
brasileña conocida como“erva-baleeira”(Varronia curassavica), con foco en su aroma, a
partir del análisis de su aceptabilidad e intención de compra, así como de la influencia del pre-
procesamiento (secado) y de la temperatura de cocción en el mantenimiento de la intensidad
aromática. Sólo el 3,4% de los jueces (n= 86) reconocieron efectivamente la planta, mientras
que el 86% declaró no haberla utilizado nunca (los pocos usos mencionados fueron
medicinales). Las sugerencias de uso gastronómico fueron descritas por el 94% de los jueces,
destacando la carne (64%), las salsas (26%), la pasta y la pizza (22%). No hubo diferencias
significativas en la intensidad del aroma entre las hojas frescas y secas, pero la aceptabilidad
de las hojas secas fue significativamente mayor, así como la intención de compra (76% para
las hojas secas y 54% para las frescas). La evaluación de la influencia de la temperatura de
cocción en el mantenimiento aromático orientó el uso gastronómico de la especie bajo
temperaturas inferiores a 100º C, especialmente a 60º C.
PALABRAS CLAVE: Biodiversidad. Condimento. Aromas. Plantas alimenticias no
convencionales.
ABSTRACT: The study evaluated the gastronomic potential as a seasoning of the Brazilian native
plant known as “erva-baleeira” (Varronia curassavica), focusing on its aroma, by analyzing its
acceptability and purchase intention, as well as the influence of pre-processing (drying) and cooking
temperature on maintaining aromatic intensity. Only 3.4% of the judges (n=86) effectively recognized
the plant, while 86% reported never having used it (the few uses mentioned were medicinal). Suggestions
for gastronomic use were described by 94% of the judges, especially for meats (64%), sauces (26%),
pasta and pizza (22%). There was no significant difference in aroma intensity between fresh and dried
leaves, but the acceptability of the dried leaves was significantly higher, as well as the purchase
intention (76% for dried leaves and 54% for fresh leaves). Evaluating the influence of cooking
temperature on aromatic maintenance directed the gastronomic use of the species under temperatures
below 100º C, especially at 60º C.
KEYWORDS: Biodiversity. Seasoning. Flavor. Unconventional food plants.
Maria Luiza da Silva CORDEIRO; Liz Cristina Camargo RIBAS e Patrícia Matos SCHEUER
Arq. Bras. Aliment., Bauru, v. 8, n. 00, e023004, 2023. e-ISSN: 2446-9262
DOI: https://doi.org/10.53928/aba.v8i00.5001 3
Introdução
Em termos vegetais, existem aproximadamente 391 mil espécies de plantas vasculares
identificadas no mundo (RBG KEW, 2016), das quais 75 mil apresentam potencial alimentício,
muitas vezes com qualidades nutricionais superiores às espécies amplamente cultivadas
(WILSON, 1997). De todo esse potencial, apenas 5,5 mil (BFN, 2018; RBG KEW, 2016) a 7
mil espécies (WILSON, 1997) foram utilizadas na alimentação pela humanidade ao longo da
história.
Atualmente, em função da padronização e redução da diversidade alimentar na
agricultura e alimentação, 90% do alimento mundial provém de apenas 20 espécies (KELEN et
al., 2015; KINUPP; LORENZI, 2014; VILANI et al., 2019). Conforme a Organização das
Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, apenas 12 espécies de plantas (somadas a 5
espécies de animais) fornecem 75% dos alimentos consumidos no mundo, e apenas três delas
(arroz, milho e trigo) são responsáveis por 50% das calorias consumidas globalmente (FAO,
2005).
Por outro lado, o Brasil é um país megadiverso, detentor de cerca de 10% a 20% da
biodiversidade mundial (LEWINSOHN; PRADO, 2005; MITTERMEIER; GIL;
MITTERMEIER, 1997; MMA, 2019), o que corresponde a aproximadamente 200 mil espécies
(LEWINSOHN; PRADO, 2005; MMA, 2019), contando com um potencial de recursos
alimentícios autóctones em escala proporcional.
Entretanto, verifica-se que dentre as quatro espécies alimentícias mais importantes para
o homem (arroz, batata, milho e trigo), nenhuma é originária do Brasil, e dentre os 15 cultivos
mais importantes consumidos globalmente, apenas a mandioca e o amendoim são nativos em
território nacional (LEITE; CORADIN, 2011). Apesar de ser o país detentor da maior
diversidade biológica do mundo, o Brasil apresenta ainda uma dieta muito simplificada e
dependente dos recursos genéticos externos (CORADIN, 2011), com todo o potencial
alimentício advindo de sua biodiversidade ainda subutilizado, negligenciado ou mesmo
desconhecido.
De acordo com a Secretaria de Biodiversidade e Florestas, do Ministério do Meio
Ambiente do Brasil (MMA, 2013), 90% da flora nativa do país não fazem parte da alimentação
dos brasileiros, mesmo que se reproduzam espontaneamente. Conforme Coradin e Camilo
(2018), a falta de conhecimento sobre o potencial uso das espécies nativas pela população não
pode acarretar o desaparecimento dessas espécies antes mesmo do reconhecimento do seu
Prospecção do potencial gastronômico de “Erva-Baleeira” (Varronia curassavica Jacq.)
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real valor, como também desperdiça a oportunidade do uso desse patrimônio e os benefícios
socioambientais que poderia gerar.
Segundo Filho (2016), cultivar espécies minoritárias, conhecidas atualmente como
“Plantas Alimentícias não Convencionais” (PANC), significa uma nova concepção de
agricultura sustentável e de base ecológica. Normalmente essas plantas apresentam
características de alta rusticidade, sendo pouco afetadas por pragas e doenças, adequando-se
facilmente a cultivos orgânicos e agroecológicos. Ressalta-se que o termo PANC, proposto em
2008 pelo biólogo e professor Valdely Ferreira Kinupp, pode ser empregado para plantas
nativas ou exóticas, silvestres ou cultivadas, que não são frequentes na alimentação das pessoas,
mas que estão presentes em diversas regiões, ocorrendo normalmente de forma subespontânea,
e que influenciam muitas vezes a cultura alimentar local ou regional (FILHO, 2016; KINUPP;
LORENZI, 2014).
Dentre as plantas nativas brasileiras não convencionais, com potencial alimentício
(aromático), está Varronia curassavica Jacq., popularmente conhecida como “erva-baleeira”
(Figura 1). Planta arbustiva pertencente à família Boraginaceae (PIMENTEL et al., 2012), é
nativa da América do Sul e é registrada também na América Central e no México (JBRJ, [21--
]; LEAL-COSTA; 2017). De acordo com o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ, [21--]),
V. curassavica apresenta as seguintes sinonímias: Cordia verbenacea, C. curassavica e C.
salicina.
Figura 1 Erva-baleeira ou Varronia curassavica Jacq. (Florianópolis/SC)
Fonte: Acervo dos autores.
Maria Luiza da Silva CORDEIRO; Liz Cristina Camargo RIBAS e Patrícia Matos SCHEUER
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No Brasil ocorre naturalmente nas restingas marítimas de quase todo o litoral (DE
OLIVEIRA, 2017). Dependendo da região onde se encontra, a espécie recebe nomes populares
como: catinga-de-barão, cordia, erva-baleeira, maria-rezadeira, camarinha, maria-milagrosa,
balieira, baleeira, balieira-cambará (BOLINA, 2015; BRISTOT, 2014), caramona ou salicina
(HOELTGEBAUM et al., 2015) e miji-grilo (LEAL, 2015). Conforme Montanari Júnior
(2011), o nome erva-baleeira está associado à caça à baleia realizada no litoral de Santa
Catarina, relacionada ao seu uso por pescadores nativos durante a caça para curar ferimentos,
em função de sua atividade anti-inflamatória.
É uma planta que vem sendo utilizada anos por comunidades tradicionais costeiras
no tratamento de dores musculares, hematomas e inflamações (GONELI et al., 2014). Por conta
disso, alguns estudos científicos foram conduzidos, confirmando ativos importantes com
funções farmacológicas de interesse, especialmente como anti-inflamatório (COUTINHO;
MUZITANO; COSTA, 2009).
Destaca-se que essa planta apresenta um potencial aromático único, peculiar, com
possibilidade de emprego como condimento alimentício. Em função disso, em Florianópolis
(SC), a espécie é também denominada contemporaneamente como “erva-caldo-knnor”, em
comparação ao aroma do tempero industrializado da marca mencionada ou similar. Apesar de
existirem estudos relacionados ao seu uso medicinal (BOLINA, 2015; GONELI et al., 2014;
HOELTGEBAUM et al., 2015), referências científicas ou mesmo populares de seu emprego
gastronômico são praticamente inexistentes.
Em função do interesse da indústria farmacêutica na ação anti-inflamatória da espécie,
alguns estudos sobre sua composição química foram publicados (GOMES, 2010;
MICHIELIN, 2009; QUEIROZ et al., 2016), como foco em compostos como taninos,
flavonóides e óleos essenciais. Enfatiza-se que o óleo essencial da planta, constituído por
diferentes substâncias, é o principal responsável pelo seu aroma característico, com potencial
relevância gastronômica. De acordo com Queiroz et al. (2016), os principais compostos desse
óleo são: α-pineno, trans-cariofileno, elixeno, aloaromadendrene e γ-muuroleno.
Estudos toxicológicos dão suporte para o uso seguro da espécie na alimentação.
Conforme revisão de literatura sobre a toxicologia da planta in vivo, realizada por Gilbert e
Favoreto (2012) do Instituto de Tecnologia de Fármacos da FIOCRUZ:
Prospecção do potencial gastronômico de “Erva-Baleeira” (Varronia curassavica Jacq.)
Arq. Bras. Aliment., Bauru, v. 8, n. 00, e023004, 2023. e-ISSN: 2446-9262
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Na série de trabalhos sobre a farmacologia de Cordia verbenacea
4
em animais
de laboratório não foram observados níveis significantes de toxicidade aguda
nos extratos ou nas substâncias isoladas nem por via oral nem tópica (SERTIÉ
et al., 1988, 1990, 1991 e 2005; BAYEUX et al., 2002; BASILE et al., 1998;
PASSOS et al., 2007; ROLDÃO et al., 2008). Sertié et al. (2005) mostraram
que o extrato hidroalcoólico liofilizado administrado por via oral em ratos
fêmeas durante gravidez não afetou o ciclo das fêmeas nem o
desenvolvimento normal dos fetos, nem a estrutura óssea, maturação sexual
ou fertilidade deles (GILBERT; FAVORETO, 2012, p. 21-22).
Dentro desse contexto, com o intuito de promover o uso da biodiversidade brasileira na
gastronomia regional ou mesmo nacional, o presente trabalho teve como objetivo analisar o
potencial gastronômico da erva-baleeira (Varronia curassavica Jacq.), com foco em seu aroma,
a partir de sua aceitabilidade, intensidade de aroma, intenção de compra, pré-processamento e
temperatura de cocção.
Materiais e métodos
Materiais e pré-processamento
As folhas de erva-baleeira (V. curassavica)
5
foram coletadas no final de agosto de 2019,
de uma área costeira utilizada como pastagem no sul da Ilha de Santa Catarina
(Florianópolis/SC), onde a espécie ocorre de forma espontânea associada. As folhas foram
coletadas de seis (6) espécimes (indivíduos distintos) da mesma localidade, sendo misturadas
para obtenção de amostras uniformes e semelhantes. Para obtenção das folhas secas, as folhas
foram arrancadas de seus galhos e armazenadas em sacos plásticos até o momento da secagem.
Após transporte, as folhas passaram por um processo de triagem antes da secagem, para
retirar impurezas e elementos não selecionados para a pesquisa, como flores da própria planta,
galhos e até as folhas fora do padrão (secas, com sinais de herbivoria, etc.). As folhas foram
então fracionadas em quatro (4) amostras de 100 g cada (repetições), dispostas sobre papel-
toalha nas prateleiras internas de estufa convencional (DeLeo®, Modelo A3SEDZ, Brasil).
Foram mantidas por 36 horas em temperatura constante de 40º C, até estarem totalmente secas.
Essa temperatura de secagem foi selecionada com base em Gasparin et al. (2014), que indica
4
Sinonímia de V. curassavica.
5
A pesquisa apresenta comprovante de cadastro de acesso no SISGEN (Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio
Genético e do Conhecimento Tradicional Associado) No A7DCE9C, em atendimento ao previsto na Lei
13.123/2015 e seus regulamentos.
Maria Luiza da Silva CORDEIRO; Liz Cristina Camargo RIBAS e Patrícia Matos SCHEUER
Arq. Bras. Aliment., Bauru, v. 8, n. 00, e023004, 2023. e-ISSN: 2446-9262
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uma temperatura inferior de 50º C para se obter o máximo de rendimento do óleo essencial
presente na planta e o mínimo de degradação da coloração das folhas.
Além disso, a Norma DIN 6174 (GASPARIN et al., 2014) estipula que na secagem
especificamente a 40° C é possível distinguir melhor a diferença de coloração entre as folhas
frescas e secas. Concomitantemente à justificativa da literatura, a temperatura de 40º C foi
selecionada por ser a temperatura nima utilizada no teste de intensidade do aroma em
infusões, sendo que a secagem não poderia ser em temperatura superior para não causar
problemas na análise. Logo após a secagem, realizou-se a avaliação de rendimento.
Para a análise sensorial comparativa entre folhas frescas e secas, as folhas secas foram
armazenadas em frascos de vidro hermeticamente fechados, em ambiente arejado por uma (1)
semana, enquanto as folhas frescas utilizadas foram colhidas 1 hora antes do teste, objetivando
manter suas características organolépticas. para o experimento de análise da intensidade do
aroma em função da temperatura, o armazenamento das folhas secas foi por três (3) semanas,
sob as mesmas condições. Para essa última análise, as folhas foram trituradas em liquidificador
(Walita®, Modelo BLSTMG-RD0-057) para utilização nas infusões propostas.
A secagem das folhas para condução dos experimentos, bem como a análise de
rendimento foram executadas no Laboratório de Pesquisa do Câmpus Florianópolis-Continente
do Instituto Federal de Santa Catarina (CTE/IFSC).
Rendimento
O rendimento em peso de folhas secas de erva-baleeira a partir das folhas frescas foi
calculado em porcentagem, com base na fórmula a seguir, a partir de quatro (4) repetições, ou
seja, quatro amostras de 100g de folha fresca (inicial) cada.
Rendimento (%) = ( 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑓𝑜𝑙ℎ𝑎𝑠 𝑠𝑒𝑐𝑎𝑠
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑓𝑜𝑙ℎ𝑎𝑠 𝑓𝑟𝑒𝑠𝑐𝑎𝑠) x 100
Teste de aceitabilidade, intenção de compra e intensidade do aroma das folhas
Segundo a ISO 11136:2013, “Os testes de aceitabilidade são utilizados para medir a
intensidade do prazer no consumo ou grau de gostar do produto por meio de testes de escala,
ou seja, teste de classificação” (DUTCOSKY, 2013, p. 296). As análises ocorreram no
Laboratório de Bebidas do CTE/IFSC, aplicado a um grupo de avaliadores não treinados (n=
Prospecção do potencial gastronômico de “Erva-Baleeira” (Varronia curassavica Jacq.)
Arq. Bras. Aliment., Bauru, v. 8, n. 00, e023004, 2023. e-ISSN: 2446-9262
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86). O público avaliador foi composto por convite aberto à comunidade interna da instituição
(CTE/IFSC), com participação voluntária e assinatura prévia de termo de consentimento livre
e esclarecido, sendo caracterizado por 71% integrantes do gênero feminino e 27% do gênero
masculino, além de 2% que não responderam a esse critério. A maioria dos avaliadores
apresentou idade entre 21 e 35 anos (40%), sendo 10% com até 20 anos, 37% entre 36 e 50
anos e 13% com idades acima de 51 anos.
O teste de aceitabilidade, intenção de compra, intensidade de aroma das folhas,
reconhecimento da espécie e usos, bem como sugestões de emprego gastronômico, foram
avaliados através de questionário semiestruturado específico. Para o reconhecimento da
espécie, a planta foi apresentada aos juízes na forma de um galho de aproximadamente 30 cm
(Figura 2).
Aceitabilidade
No presente trabalho, realizou-se teste de aceitabilidade do aroma para uso
gastronômico das folhas frescas e secas de V. curassavica, por meio de questionário, com o
objetivo de identificar se o aroma da planta seria aceito ou não pelos avaliadores, sob ambas as
formas de apresentação (folhas frescas e secas). Normalmente o teste de aceitabilidade é
realizado com alimentos ou aromas conhecidos pelos juízes. Entretanto, como o presente
estudo configurou-se em uma prospecção de um insumo não empregado na alimentação, o teste
foi utilizado para avaliar a aceitabilidade de um novo aroma em termos gastronômicos.
Maria Luiza da Silva CORDEIRO; Liz Cristina Camargo RIBAS e Patrícia Matos SCHEUER
Arq. Bras. Aliment., Bauru, v. 8, n. 00, e023004, 2023. e-ISSN: 2446-9262
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Figura 2 Reconhecimento da espécie, teste de aceitabilidade para uso gastronômico,
intenção de compra e análise da intensidade de aroma das folhas (frescas e secas) de erva-
baleeira (V. curassavica)
Fonte: Acervo dos autores.
Nessa análise, a amostra 1 foi composta por três (3) a quatro (4) folhas secas da planta
por avaliador, enquanto a amostra 2 era composta por 1 folha in natura por avaliador (Figura
2). Cada um dos julgadores foi instruído a comprimir e/ou macerar/rasgar manualmente a
amostra 1 (seca) com uma das mãos, seguida pela análise sensorial do aroma e teste de
aceitabilidade. Para análise da amostra 2 (fresca), realizou-se procedimento similar, mas com a
utilização da mão oposta, para não ocorrer mistura de aromas. Entre uma análise olfativa e
outra, instruiu-se a aspiração do aroma de grãos de café torrados, objetivando neutralizar os
aromas anteriores.
Para avaliação da aceitabilidade do aroma da planta, utilizou-se de escala hedônica
verbal estruturada em 5 pontos (1 desgostei muito; 2 desgostei; 3 indiferente; 4 gostei;
5 gostei muito), a partir de metodologia descrita por Dutcosky (2013).
Intenção de compra e sugestões de uso gastronômico
Conjuntamente com o teste de aceitabilidade, realizou-se análise da intenção de compra
da planta para uso alimentício, com base no aroma analisado, destacando a preferência entre o
uso da folha in natura ou seca. A intenção de compra foi avaliada no questionário por meio de
Prospecção do potencial gastronômico de “Erva-Baleeira” (Varronia curassavica Jacq.)
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questão fechada, enquanto sugestões e indicações de usos gastronômicos com a planta foram
avaliadas em questão aberta, permitindo mais de uma resposta por avaliador.
Intensidade do aroma das folhas
Para esse teste, o crítico avaliou a intensidade do aroma por meio de uma escala baseada
na ficha de aplicação do teste de amostra única de Dutcosky (2013) e na ficha de análise
descritiva quantitativa proposta pela mesma autora, a partir de escala com notas entre 1 e 4 (1
inexistente; 2 fraco, 3 médio; 4 forte).
Influência da temperatura de cocção na manutenção do aroma de V. curassavica
A influência da temperatura de cocção no aroma da planta foi avaliada em análise
sensorial específica, pois testes preliminares indicaram que erva-baleeira, exposta a
temperaturas elevadas, apresentava excessiva ou total perda aromática. Em função disso,
procedeu-se análise sensorial do aroma da planta em infusões sob diferentes temperaturas
iniciais (40º C, 60º C e 100º C), com o intuito de avaliar temperatura ideal a ser indicada em
cocções com foco gastronômico para manutenção do seu aroma. Para isso, aplicou-se um
questionário específico juntamente com a análise.
Esse teste foi também conduzido no Laboratório de Bebidas do CTE/IFSC, aplicado a
um grupo de juízes não treinados (n= 49). O público avaliador também foi composto por convite
aberto à comunidade interna da instituição (CTE/IFSC), com participação voluntária e
assinatura prévia de termo de consentimento livre e esclarecido, sendo caracterizado por 69%
integrantes do gênero feminino e 27% do gênero masculino, além de 4% que não responderam
este critério. Em relação à idade, 8% dos avaliadores possuíam até 20 anos, 37% apresentavam
entre 21 e 35 anos, 37% entre 36 e 50 anos e 16% com idades acima de 51 anos (2% sem
resposta).
As infusões foram elaboradas apenas a partir das folhas secas de erva-baleeira, por elas
terem apresentado maior aceitabilidade e intenção de compra no teste preliminar descrito. Outro
motivo para a sua utilização, em detrimento ao uso das folhas frescas, foi em função do teste
focar apenas um aspecto variante, no caso a temperatura.
Para o preparo de cada infusão, foram utilizadas 12 gramas da planta seca triturada
(aproximadamente 70 ml) em 400 ml de água (concentração: 30 g/l) sob temperatura inicial de
40º C (amostra 376), 60º C (amostra 126) e 100°C (amostra 824), figura 3A. A codificação das
Maria Luiza da Silva CORDEIRO; Liz Cristina Camargo RIBAS e Patrícia Matos SCHEUER
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amostras por três números aleatórios foi realizada conforme recomendação descrita por
Dutcosky (2007).
Para avaliação do aroma, as infusões foram servidas em copos de vidro transparentes
(Figura 3B), contendo 50 ml de cada amostra como porção por participante, identificados pelos
três números aleatórios pré-estabelecidos. A ordem de apresentação das infusões aos julgadores
foi: amostra 126 (60º C), amostra 824 (100º C) e amostra 376 (40º C). As amostras não foram
dispostas em ordem crescente de temperatura, exatamente para não induzir respostas.
Os juízes avaliaram se era possível sentir o aroma da planta na infusão específica,
analisando também a intensidade do mesmo por meio de uma escala baseada na ficha de
aplicação do teste de amostra única de Dutcosky (2013) e na ficha de análise descritiva
quantitativa proposto pela mesma autora.
Previamente à análise, uma amostra de folhas secas de erva-baleeira foi apresentada
para cada avaliador, objetivando educar o olfato (reconhecimento) sobre o aroma a ser
percebido, excluindo todos outros aromas que diferissem do aroma em questão. Cada um dos
avaliadores foi instruído a comprimir e/ou macerar/rasgar manualmente com as mãos as folhas,
seguida pela análise sensorial do aroma. Entre as amostras, instruiu-se também a aspiração do
aroma de grãos de café torrados, objetivando neutralizar os aromas anteriores.
Figura 3 Análise sensorial da influência da temperatura de infusão (cocção) na manutenção
do aroma (intensidade) de erva-baleeira (V. curassavica)
Fonte: Acervo dos autores.
A análise sensorial da intensidade do aroma das infusões foi conduzida com base em
Dutcosky (2013), conforme metodologia já descrita nos testes anteriores, com base em escala
com notas entre 1 e 4.
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Análises estatísticas
Para análise do rendimento de folhas secas a partir das folhas frescas, calculou-se a
média do rendimento das quatro amostras (repetições), bem como o desvio padrão (α) para
análise estatística de dispersão dos dados.
A análise sensorial do primeiro experimento (reconhecimento da planta, usos,
intensidade de aroma, aceitabilidade e intenção de compra das folhas frescas e secas) foi
conduzida por 86 julgadores não treinados (n = 86), enquanto a análise da intensidade do aroma
em função da temperatura de infusão foi conduzida por 49 (n= 49).
As médias das notas fornecidas para aceitabilidade e intensidade do aroma (em ambos
os experimentos) foram comparadas através de análise de variância das médias (ANOVA), as
quais foram comparadas pelo teste de Tukey (p<0,05). Os demais parâmetros foram analisados
por frequência relativa (porcentagem).
Resultados e discussão
Rendimento
O emprego comercial de uma planta é facilitado por sua secagem prévia, permitindo sua
estocagem. A planta in natura, por outro lado, apresenta uma cadeia de comercialização curta
e rápida, pois seu elevado teor de água facilita a proliferação de microrganismos e reações
enzimáticas, que podem provocar sua deterioração (FARIAS, 2003; RODRIGUES et al., 2011).
No caso da erva-baleeira (V. curassavica), o rendimento de folhas secas, obtidos em
estufa convencional a partir de folhas frescas, foi de 30,9 ± 1,18%. Infere-se com isso um teor
de umidade na planta fresca de 69%, apesar de não ter sido efetuado o método gravimétrico em
estufa, um dos mais comumente utilizados para se medir teor umidade em amostras vegetais
(BORGES et al., 2005), uma vez que o objetivo era analisar o rendimento de folhas secas a
partir das folhas in natura (gerando proporcionalidade), e não umidade propriamente. Além
disso, o método gravimétrico preconizado pela Farmacopeia Brasileira (BRASIL, 2010)
determina que as amostras sejam dessecadas entre 100º C e 105º C, o que poderia inviabilizar
o uso da planta, em função da evaporação ou deterioração dos seus óleos essenciais
responsáveis por seu aroma característico.
Esse teor de umidade calculado para as folhas frescas da V. curassavica é relativamente
baixo se comparado a outras plantas aromáticas ou medicinais amplamente utilizadas pela
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população, o que proporciona um maior rendimento de matéria-prima seca. Isso ocorre porque
a folha da erva-baleeira não é suculenta, sendo bastante resistente e com elevado teor de matéria
orgânica. Em comparação, a alfavaca (Ocimum gratissimum) e o orégano (Origanum vulgaris)
apresentam teores de umidade de 78% e 73%, respectivamente (BORGES et al., 2012).
Destaca-se que a temperatura no processo de secagem pode interferir na concentração
de compostos voláteis como óleos essenciais, especialmente de ervas aromáticas. Nesse
sentido, temperaturas não muito elevadas devem ser utilizadas nesse processo para erva-
baleeira, que indícios que a temperatura afeta seu aroma. Farias (2003) destaca que
métodos de secagem em estufa determinam não somente a perda de água, como também dos
demais constituintes volatilizados juntamente com a água. Em função disso, a primeira análise
sensorial realizada envolveu a planta fresca e seca, exatamente para analisar a intensidade do
aroma em ambas as apresentações da planta, bem como suas modificações.
Reconhecimento e utilização da espécie
Em termos de reconhecimento da espécie, 17,4% dos avaliadores descreveram conhecer
a planta, enquanto 72,1% mencionaram desconhecer. Somado a isso, 10,4% afirmaram
conhecer, mas a identificaram erroneamente, confundindo com outras espécies: alfavaca (1),
erva-cidreira (1), “erva-semente” (1), funcho (1), marcela (2), melissa (2) e mirra (1).
Enfatiza-se que, embora 17% dos participantes tenham afirmado conhecer a planta,
apenas 3,4% deles lembravam ou sabiam seu nome. Existe a possibilidade de confusão nesse
reconhecimento (como verificado pelos nomes errôneos conferidos), uma vez que muitos
avaliadores se basearam apenas no aroma para tal, o qual pode se assemelhar ao de outras
plantas e até mesmo ao de temperos industrializados.
Os nomes de reconhecimento descritos pelos juízes para a planta foram: erva-baleeira
(3), Cordia (1) e mijo-de-grilo (1). Destaca-se que o termo “erva-baleeira” ou apenas “baleeira”
é um termo utilizado popularmente no Brasil e no litoral da Grande Florianópolis para a espécie
(BOLINA, 2015; BRISTOT, 2014; HOELTGEBAUM et al., 2015), enquanto o termo
Cordia refere-se ao antigo gênero de classificação da planta, evidenciando um certo
conhecimento científico do julgador. o termo “mijo-de-grilo” ou “miji-grilo” é outro termo
de identificação popular para a planta, especialmente no sul da Ilha de Santa Catarina (LEAL,
2015).
Com relação à utilização, 3,4% dos participantes afirmaram terem utilizado a planta
para alguma finalidade. Em termos medicinais, mencionaram seu emprego como anti-
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inflamatório e para dores musculares, o que já é comprovado por estudos científicos (BOLINA,
2015; BRISTOT, 2014; GILBERT; FAVORETO, 2012). As poucas menções de uso da espécie
em termos gastronômicos foram como chá e tempero para arroz. Ressalta-se que 86%
afirmaram nunca a ter utilizado.
Quando questionados sobre indicações para o emprego da planta na gastronomia, com
base no aroma percebido, 94% dos integrantes sugeriram seu uso em diversas preparações
(Figura 4), com destaque para carne bovina e derivados (33%), molhos (26%), massas e pizzas
(22%), além de peixes e frutos-do-mar (17%).
Figura 4 Indicações gastronômicas para erva-baleeira (V. curssavica) com base no aroma
*Com base em 81 avaliadores respondentes para esse quesito.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Destaca-se que a utilização da planta para temperar carnes em geral (bovina, de aves,
peixes e frutos-do-mar) foi mencionada significativamente por 64% dos avaliadores que
responderam a esse critério, evidenciando o potencial da planta para essa finalidade.
Intensidade e aceitabilidade do aroma da planta
Com o intuito de avaliar o potencial gastronômico da erva-baleeira como tempero,
analisou-se a aceitabilidade e intensidade do seu aroma, a partir de folhas frescas e secas,
objetivando analisar qual a forma mais aceita e melhor a ser indicada.
Considerando a Tabela 1 e a escala utilizada, a intensidade do aroma foi avaliada como
média a forte, tanto para as folhas frescas como secas. Essa intensidade foi estatisticamente
similar para ambas as formas de apresentação da planta.
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Tabela 1 Análise da intensidade e aceitabilidade do aroma de folhas secas e frescas de erva-
baleeira (V. curassavica) para uso gastronômico
Intensidade
Aceitabilidade
3,24a ± 0,049
4,02a ± 0,89
3,17a ± 0,049
3,51b ± 1,10
* Valores são as médias ± o desvio padrão, com base em 86 participantes. As diferentes letras após os
valores das médias de cada coluna indicam diferenças significativas entre as médias de notas, de acordo
com o Teste de Tukey (p < 0,05).
Fonte: Elaborado pelos autores.
em relação à aceitabilidade do aroma, ainda na Tabela 1, a folha seca foi avaliada
com média entre “gostei” (4) e “gostei muito” (5), enquanto a folha fresca recebeu média entre
“indiferente” (3) e “gostei” (4). Observa-se ainda que a aceitabilidade da folha seca é
significativamente superior à fresca.
Com base nessa análise sensorial, observa-se um maior potencial de emprego
gastronômico da planta seca, o que favorece sua logística de comercialização, em função da
maior durabilidade.
Intenção de compra
Quando analisada a intenção de compra das folhas frescas e secas de erva-baleeira,
apenas 4,6% dos participantes mencionaram que não comprariam a planta em nenhuma das
formas para uso gastronômico, o que demonstra um grande potencial comercial da planta dentro
desse viés (Figura 6).
Figura 6 Intenção de compra das folhas frescas e secas de erva-baleeira (V. curassavica),
para uso gastronômico
*Com base em 86 avaliadores.
Fonte: Elaborado pelos autores.
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Verifica-se ainda na figura que 76% dos avaliadores comprariam as folhas secas da
planta e 54% comprariam sua versão in natura. Esses dados corroboram com os resultados de
aceitabilidade do aroma, direcionando a indicação de folhas secas para uso gastronômico.
Intensidade do aroma em função da temperatura
Testes preliminares a este estudo indicaram perda aromática de erva-baleeira sob
temperaturas elevadas (como a 150º C), o que em alguns casos pareceu ser total. Em função
disso, realizou-se análise da intensidade do aroma em função da temperatura de infusão,
objetivando indicar temperaturas ideais de cocção para o melhor aproveitamento do aroma
desse potencial tempero.
Analisando os resultados da Tabela 2 e com base na escala hedônica utilizada, observou-
se que todas a infusões (a 40°C, 60°C e 100 °C) receberam notas de intensidade entre fraco e
médio, apesar de terem sido elaboradas com uma porcentagem relativamente elevada de planta
seca (30 g/l).
Apesar da média da intensidade de aroma da infusão a 60°C ter sido numericamente
superior à da infusão a 40°C, ambas foram iguais estatisticamente. Esperava-se que quanto
menor a temperatura, maior seria a percepção do aroma. Entretanto, as substâncias devem se
volatizar para sua percepção olfativa. Considerando que a temperatura inicial da água da infusão
da amostra 376 foi de 40°C e que a temperatura ambiente era inferior (cerca de 20°C a 25°C),
presume-se que houve um resfriamento da infusão até sua avaliação pelos avaliadores, o que
resultou na redução dos compostos voláteis presentes, consequentemente diminuindo sua
percepção.
Tabela 2 Análise da intensidade do aroma de folhas secas de erva-baleeira (V. curassavica)
em função da temperatura da água de infusão
Temperatura
Intensidade do aroma
40°C
2,55 ab ± 0,89
60°C
2,96 a ± 0,86
100°C
2,39 b ± 1,00
* Valores são as médias ± o desvio padrão, com base em 49 participantes. As diferentes letras após os
valores das médias da coluna indicam diferenças significativas entre as médias de notas, de acordo com
o Teste de Tukey (p < 0,05).
Fonte: Elaborado pelos autores.
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A intensidade do aroma na infusão a 60°C recebeu notas praticamente como média ou
moderada. Esse aroma foi avaliado estatisticamente como mais intenso em relação ao aroma de
100°C, levando a corroborar com testes preliminares de que temperaturas elevadas podem ter
efeitos na redução do aroma da espécie. Estudos complementares são necessários para
afirmações conclusivas, especialmente utilizando participantes treinados. Entretanto, como
descrito, testes preliminares com a planta, realizados em fornos a 150-180°C, constataram que
o aroma característico da planta se tornou imperceptível, levando a inferir que os óleos
essenciais teriam se volatilizado ou se desestabilizado com a temperatura.
No Quadro 1 foram sistematizadas as principais substâncias que constituem o óleo
essencial da erva-baleeira, responsáveis por seu aroma, bem como as temperaturas de seus
pontos de ebulição e fulgor
6
.
Quadro 1 Principais substâncias presentes no óleo essencial de erva-baleeira (V.
curassavica) e seus pontos de ebulição e fulgor
Substância
Porcentagem no óleo
essencial da planta
Ponto de ebulição
Ponto de fulgor
α-Pineno
29,69 %
(QUEIROZ et al.,
2016)
155-163 °C
(CHEMÉO, 2019)
154-156°C
(CHEMSPIDER, 2019)
31 °C
(SIGMA-ALDRICH,
2019)
32-33°C
(CHEMSPIDER, 2019)
Trans-cariofileno
-Cariofileno)
22,6 a 27,4 %
(QUEIROZ et al.,
2016)
262-264 °C
(SIGMA-ALDRICH,
2019)
268±10 °C
(CHEMSPIDER, 2019)
101°C
(PUBCHEM, 2019)
105±14°C
(CHEMSPIDER, 2019)
Elixeno
14,9 a 17,2%
(QUEIROZ et al.,
2016)
284º C
(CHEMÉO, 2019)
258±40 °C
(CHEMSPIDER, 2019)
101±22 °C
(CHEMSPIDER, 2019)
Biciclogermacreno
13,8 %
(SANTOS et al. 2006)
267- 268 °C
(TGSC, 2019)
104 °C
(TGSC, 2019)
β-pineno
13,1 %
(SANTOS et. Al 2006)
166 °C
(PUBCHEM, 2019)
163-166 °C
(CHEMSPIDER, 2019)
36 °C
(SIGMA-ALDRICH,
2019)
43 °C
(CHEMSPIDER, 2019)
α-Humuleno
(α-Cariofileno)
12,4 %
(SANTOS et al., 2006)
166-168 °C
(SIGMA-ALDRICH,
2019)
90º C
(SIGMA-ALDRICH,
2019)
6
Menor temperatura na qual a substância libera vapor em quantidade suficiente que, misturada ao ar atmosférico,
inicia uma inflamação em contato com uma fonte de calor (NICHETTI, 2010).
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276±40 °C
(CHEMSPIDER, 2019)
110±22 °C
(CHEMSPIDER, 2019)
Aloaromadendreno
10 %
(QUEIROZ et al.,
2016)
258±7.0 °C
(CHEMSPIDER, 2019)
261-267 °C
(SIGMA-ALDRICH,
2019)
106±6 °C
(CHEMSPIDER, 2019)
γ-muuroleno
(gama-muuroleno)
9,1% a 9,8%
(QUEIROZ et al.,
2016)
271°C a 272°C
(CHEMSPIDER, 2019;
TGSC, 2019)
107 °C
(CHEMSPIDER, 2019;
TGSC, 2019;)
Fonte: Elaborado a partir de Cheméo (2019), ChemSpider, (2019), PubChem (2019), Queiroz et al.
(2015), Santos et al. (2006), Sigma-Aldrich (2019) e TGSC (2019).
Observa-se que existem pontos de ebulição de compostos majoritários a temperaturas
abaixo de 156°C, o que sugere a utilização da planta em temperaturas inferiores a essa, visando
preservar seu aroma característico. Por outro lado, os pontos de fulgor de todas as substâncias
analisadas estão entre 30°C e 100°C, o que indica que a temperatura de cocção recomendada
em fornos e fogões (fontes de calor) pode ser ainda mais baixa.
Enfatiza-se que o maior número de notas de aroma “inexistente” (nota 1) foi atribuído
precisamente à infusão a 100°C (20,4%), seguida pela infusão a 40°C (10,2%) e 60°C (6,1%).
Por outro lado, as maiores notas de intensidade de aroma (notas 3 e 4 - média e forte) foram
atribuídas à infusão a 60°C (44,9% e 28,6% das avaliações, respectivamente), conforme
apresentado na Tabela 3.
Tabela 3 Análise da intensidade do aroma de infusões aquosas de folhas secas de erva-
baleeira (V. curassavica) em função da temperatura
Nota de aroma
(intensidade)
TEMPERATURA
40º C
60º C
100º C
1 (inexistente)
10,2%
6,12%
20,4%
2 (fraco)
40,81%
20,4%
36,73%
3 (médio)
32,65%
44,9%
26,53%
4 (forte)
16,32%
28,6%
16,32%
* Com base em 49 avaliadores.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Considerando as três temperaturas avaliadas e os resultados obtidos, bem como natureza
química dos constituintes do óleo essencial da planta, sugere-se que o emprego gastronômico
da erva-baleeira não utilize temperaturas próximas ou mais elevadas que 100 °C, com um ideal
a 60 °C.
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Complementarmente, quando o aroma da planta não foi detectado na infusão, solicitou-
se aos participantes que indicassem um aroma similar para comparação. Dentre as poucas
respostas, a que se sobressaiu foi o aroma de “mate” (5), que apareceu para as três infusões.
Para a infusão a 100°C (amostra 824) foi sugerido o maior número (5) de aromas distintos em
relação à planta analisada, incluindo aroma de camomila (2), muito diferente de erva-baleeira,
evidenciando que a temperatura elevada alterou significativamente a composição dos óleos
essenciais presentes, alterando o aroma característico.
Considerações finais
O trabalho realizado constatou o elevado potencial gastronômico de erva-baleeira como
tempero, com base na aceitabilidade do seu aroma, tanto das folhas in natura quanto secas.
Entretanto, a aceitabilidade superior das folhas secas viabiliza estoque e cadeias de
comercialização mais longas.
Ressalta-se ainda que o potencial aromático de V. curassavia como tempero foi
verificado não apenas por sua aceitabilidade e intencionalidade de compra, mas também pelo
número de formulações sugeridas por 94% dos juízes, especialmente para carnes em geral (64%
dos respondentes).
As avaliações indicaram, em linhas gerais, que temperaturas elevadas, próximas ou
superiores a 100°C não devem ser empregadas para erva-baleeira (V. curassavica), com uma
ideal a 60°C, objetivando a manutenção de sua integridade aromática. Entretanto, sugerem-se
estudos complementares utilizando avaliadores treinados para aroma, bem como mais escalas
de temperatura. Outros estudos, com emprego da planta em preparações gastronômicas, podem
auxiliar a consolidar a espécie no setor de alimentação.
Por fim, destaca-se que o uso gastronômico dessa planta pode contribuir
socioambientalmente, incentivando a utilização da biodiversidade brasileira e de plantas
subutilizadas, ampliando não o número de espécies utilizadas na gastronomia, como a
diversidade nutricional e organoléptica, além de fomentar cadeias de produção locais e de
pequena escala.
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DOI: https://doi.org/10.53928/aba.v8i00.5001 25
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Agradecimento especial ao Câmpus Florianópolis-Continente do
Instituto Federal de Santa Catarina, por fornecer todo o suporte possível para que essa
pesquisa pudesse ser concretizada.
Financiamento: Câmpus Florianópolis-Continente do Instituto Federal de Santa Catarina.
Conflitos de interesse: As autoras não identificaram conflito de interesses.
Aprovação ética: O trabalho seguiu preceitos éticos, com assinatura de Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por todos os participantes da pesquisa,
conforme apregoado por comitês de ética. Entretanto, a pesquisa não passou por aprovação
de um comitê de ética específico, em função de não haver tempo hábil na época para todos
os trâmites. Todavia, a pesquisa apresenta cadastro no Sistema Nacional de Gestão do
Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado (No A7DCE9C), por
trabalhar com uma espécie da biodiversidade brasileira.
Disponibilidade de dados e material: O trabalho de conclusão de curso de graduação que
originou o artigo está disponível para acesso no repositório institucional do IFSC
(https://repositorio.ifsc.edu.br/). Os dados brutos coletados se encontram sob domínio das
autoras, caso necessário consulta complementar.
Contribuições dos autores: Maria Luiza da Silva Cordeiro: principal pesquisadora;
acadêmica que desenvolveu a pesquisa através do seu Trabalho de Conclusão do Curso
Superior de Tecnologia em Gastronomia do IFSC, que originou o artigo. Liz Cristina
Camargo Ribas: professora orientadora da pesquisa; auxiliou na definição da temática e
objetivos da pesquisa; realizou contribuições no texto, correções, bem como auxiliou e
orientou no desenvolvimento experimental e em sua análise. Patrícia Matos Scheuer:
professora coorientadora da pesquisa; além das contribuições no texto, foi responsável por
orientar as diretrizes da análise sensorial conduzida.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
Arq. Bras. Aliment., Bauru, v. 8, n. 00, e023004, 2023. e-ISSN: 2446-9262
DOI: https://doi.org/10.53928/aba.v8i00.5001 1
PROSPECTING THE GASTRONOMIC POTENTIAL OF “ERVA-BALEEIRA”
(Varronia curassavica JACQ.)
PROSPECÇÃO DO POTENCIAL GASTRONÔMICO DE “ERVA-BALEEIRA” (Varronia
curassavica JACQ.)
PROSPECCIÓN DEL POTENCIAL GASTRONÓMICO DE LA "ERVA-BALEEIRA"
(Varronia curassavica JACQ.)
Maria Luiza da Silva CORDEIRO1
e-mail: maludasilva19@gmail.com
Liz Cristina Camargo RIBAS2
e-mail: lizribas@ifsc.edu.br
Patrícia Matos SCHEUER3
e-mail: patricias@ifsc.edu.br
How to reference this paper:
CORDEIRO, M. L. S.; RIBAS, L. C. C.; SCHEUER, P. M.
Prospecting the gastronomic potential of Erva-Baleeira
(Varronia curassavica JACQ.). Arq. Bras. Aliment., Bauru, v.
8, n. 00, e023004, 2023. e-ISSN: 2446-9262. DOI:
https://doi.org/10.53928/aba.v8i00.5001
| Submitted: 05/06/2018
| Revisions required: 15/06/2019
| Approved: 11/08/2023
| Published: 23/09/2023
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Federal Institute of Santa Catarina (IFSC), Florianópolis SC Brazil. Gastronomy Technologist.
2
Federal Institute of Santa Catarina (IFSC), Florianópolis SC Brazil. Professor of Basic, Technical, and
Technological Education, Department of Teaching, Research, and Extension (DEPE).
3
Federal Institute of Santa Catarina (IFSC), Florianópolis SC Brazil. Professor of Basic, Technical, and
Technological Education, Department of Teaching, Research, and Extension (DEPE).
Prospecting the gastronomic potential of “Erva-Baleeira” (Varronia curassavica JACQ.)
Arq. Bras. Aliment., Bauru, v. 8, n. 00, e023004, 2023. e-ISSN: 2446-9262
DOI: https://doi.org/10.53928/aba.v8i00.5001 2
ABSTRACT: The study evaluated the gastronomic potential as a seasoning of the Brazilian native
plant known as erva-baleeira (Varronia curassavica), focusing on its aroma, by analyzing its
acceptability and purchase intention, as well as the influence of pre-processing (drying) and cooking
temperature on maintaining aromatic intensity. Only 3.4% of the judges (n=86) effectively recognized
the plant, while 86% reported never having used it (the few uses mentioned were medicinal).
Suggestions for gastronomic use were described by 94% of the judges, especially for meats (64%),
sauces (26%), pasta and pizza (22%). There was no significant difference in aroma intensity between
fresh and dried leaves, but the acceptability of the dried leaves was significantly higher, as well as the
purchase intention (76% for dried leaves and 54% for fresh leaves). Evaluating the influence of cooking
temperature on aromatic maintenance directed the gastronomic use of the species under temperatures
below 100º C, especially at 60º C.
KEYWORDS: Biodiversity. Seasoning. Flavor. Unconventional food plants.
RESUMO: O trabalho avaliou o potencial gastronômico como tempero da planta autóctone
brasileira conhecida por erva-baleeira (Varronia curassavica), com foco em seu aroma, a
partir da análise da sua aceitabilidade e intenção de compra, bem como da influência do pré-
processamento (secagem) e da temperatura de cocção na manutenção da intensidade
aromática. Apenas 3,4% dos juízes (n= 86) reconheceram efetivamente a planta, enquanto 86%
relataram nunca a terem utilizado (os poucos usos mencionados foram medicinais). As
sugestões de uso gastronômico foram descritas por 94% dos avaliadores, com destaque para
carnes (64%), molhos (26%), massas e pizzas (22%). Não houve diferença significativa da
intensidade do aroma entre folhas frescas e secas, mas a aceitabilidade das secas foi
significativamente superior, bem como a intenção de compra (76% para folhas secas e 54%
para in natura). A avaliação da influência da temperatura de cocção na manutenção aromática
direcionou o uso gastronômico da espécie sob temperaturas abaixo de 100 °C, especialmente
a 60 °C.
PALAVRAS-CHAVE: Biodiversidade. Tempero. Aroma. Plantas alimentícias não
convencionais.
RESUMEN: El trabajo evaluó el potencial gastronómico como condimento de la planta nativa
brasileña conocida como“erva-baleeira”(Varronia curassavica), con foco en su aroma, a
partir del análisis de su aceptabilidad e intención de compra, así como de la influencia del pre-
procesamiento (secado) y de la temperatura de cocción en el mantenimiento de la intensidad
aromática. Sólo el 3,4% de los jueces (n= 86) reconocieron efectivamente la planta, mientras
que el 86% declaró no haberla utilizado nunca (los pocos usos mencionados fueron
medicinales). Las sugerencias de uso gastronómico fueron descritas por el 94% de los jueces,
destacando la carne (64%), las salsas (26%), la pasta y la pizza (22%). No hubo diferencias
significativas en la intensidad del aroma entre las hojas frescas y secas, pero la aceptabilidad
de las hojas secas fue significativamente mayor, así como la intención de compra (76% para
las hojas secas y 54% para las frescas). La evaluación de la influencia de la temperatura de
cocción en el mantenimiento aromático orientó el uso gastronómico de la especie bajo
temperaturas inferiores a 100º C, especialmente a 60º C.
PALABRAS CLAVE: Biodiversidad. Condimento. Aromas. Plantas alimenticias no
convencionales.
Maria Luiza da Silva CORDEIRO; Liz Cristina Camargo RIBAS and Patrícia Matos SCHEUER
Arq. Bras. Aliment., Bauru, v. 8, n. 00, e023004, 2023. e-ISSN: 2446-9262
DOI: https://doi.org/10.53928/aba.v8i00.5001 3
Introduction
In terms of plants, approximately 391 thousand species of vascular plants are identified
worldwide (RBG KEW, 2016), of which 75 thousand have food potential, often with superior
nutritional qualities compared to widely cultivated species (WILSON, 1997). Out of all this
potential, only 5.5 thousand (BFN, 2018; RBG KEW, 2016) to 7 thousand species (WILSON,
1997) have been used as food by humanity throughout history.
Currently, due to standardization and reduction of food diversity in agriculture and diet,
90% of the world's food comes from only 20 species (KELEN et al., 2015; KINUPP;
LORENZI, 2014; VILANI et al., 2019). According to the Food and Agriculture Organization
of the United Nations, only 12 plant species (combined with 5 animal species) provide 75% of
the world's consumed food, and only three of them (rice, maize, and wheat) are responsible for
50% of the globally consumed calories (FAO, 2005).
On the other hand, Brazil is a megadiverse country, holding about 10% to 20% of the
world's biodiversity (LEWINSOHN; PRADO, 2005; MITTERMEIER; GIL; MITTERMEIER,
1997; MMA, 2019), which corresponds to approximately 200 thousand species
(LEWINSOHN; PRADO, 2005; MMA, 2019), counting on a potential of autochthonous food
resources on a proportional scale.
However, it is observed that among the four most important food species for humans
(rice, potato, maize, and wheat), none are native to Brazil, and among the 15 most important
crops consumed globally, only cassava and peanut are native to Brazilian territory (LEITE;
CORADIN, 2011). Despite being the country with the greatest biological diversity in the world,
Brazil still presents a highly simplified diet and is dependent on external genetic resources
(CORADIN, 2011), with all the food potential coming from its biodiversity still underutilized,
neglected, or even unknown.
According to the Secretariat of Biodiversity and Forests of the Ministry of the
Environment of Brazil (MMA, 2013), 90% of the country's native flora is not part of the
Brazilian diet, even though they reproduce spontaneously. According to Coradin and Camilo
(2018), the lack of knowledge about the potential use of native species by the population can
not only lead to the disappearance of these species even before the recognition of their real
value but also waste the opportunity to use this heritage and the socio-environmental benefits
it could generate.
Prospecting the gastronomic potential of “Erva-Baleeira” (Varronia curassavica JACQ.)
Arq. Bras. Aliment., Bauru, v. 8, n. 00, e023004, 2023. e-ISSN: 2446-9262
DOI: https://doi.org/10.53928/aba.v8i00.5001 4
According to Filho (2016), cultivating minor species, currently known as Plantas
Alimentícias não Convencionais
4
(PANC), signifies a new conception of sustainable and
ecologically based agriculture. Typically, these plants exhibit characteristics of high hardiness,
are minimally affected by pests and diseases, and easily adapt to organic and agroecological
cultivation. It is emphasized that the term UFP, proposed in 2008 by biologist and professor
Valdely Ferreira Kinupp, can be applied to native or exotic plants, wild or cultivated, that are
not commonly used in people's diets but are present in various regions, often occurring in a
semi-spontaneous manner and frequently influencing local or regional food culture (FILHO,
2016; KINUPP; LORENZI, 2014).
Among the unconventional native Brazilian plants with food (aromatic) potential is
Varronia curassavica Jacq., popularly known as erva-baleeira (Figure 1). A shrub plant
belonging to the Boraginaceae family (PIMENTEL et al., 2012), it is native to South America
and is also recorded in Central America and Mexico (JBRJ, [21--]; LEAL-COSTA; 2017).
ccording to the Rio de Janeiro Botanical Garden (JBRJ, [21--]), V. curassavica has the
following synonyms: Cordia verbenacea, C. curassavica and C. salicina.
Figure 1 Erva-baleeira or Varronia curassavica Jacq. (Florianópolis/SC)
Source: Authors' collection.
4
Unconventional Food Plants.
Maria Luiza da Silva CORDEIRO; Liz Cristina Camargo RIBAS and Patrícia Matos SCHEUER
Arq. Bras. Aliment., Bauru, v. 8, n. 00, e023004, 2023. e-ISSN: 2446-9262
DOI: https://doi.org/10.53928/aba.v8i00.5001 5
In Brazil, it naturally occurs in the coastal sandbanks of almost the entire coastline (DE
OLIVEIRA, 2017). Depending on the region where it is found, the species receives popular
names such as: catinga-de-barão, cordia, erva-baleeira, maria-rezadeira, camarinha, maria-
milagrosa, balieira, baleeira, balieira-cambará (BOLINA, 2015; BRISTOT, 2014), caramona
or salicina (HOELTGEBAUM et al., 2015) and miji-grilo (LEAL, 2015). According to
Montanari Júnior (2011), the name erva-baleeira is associated with whale hunting carried out
on the coast of Santa Catarina, related to its use by native fishermen during hunting to heal
wounds, due to its anti-inflammatory activity.
It is a plant that has been used for years by traditional coastal communities in the
treatment of muscular pain, bruises, and inflammations (GONELI et al., 2014). Because of this,
some scientific studies have been conducted, confirming essential active ingredients with
pharmacological functions of interest, especially as anti-inflammatory agents (COUTINHO;
MUZITANO; COSTA, 2009).
It is noteworthy that this plant presents a unique, peculiar aromatic potential, with the
possibility of use as a food condiment. Therefore, in Florianópolis (SC), the species is also
contemporarily referred to as erva-caldo-knnor, compared to the aroma of the industrialized
seasoning of the mentioned brand or similar. Although there are studies related to its medicinal
use (BOLINA, 2015; GONELI et al., 2014; HOELTGEBAUM et al., 2015), scientific or even
popular references to its gastronomic use are practically nonexistent.
Due to the interest of the pharmaceutical industry in the species' anti-inflammatory
action, some studies on its chemical composition have already been published (GOMES, 2010;
MICHIELIN, 2009; QUEIROZ et al., 2016), focusing on compounds such as tannins,
flavonoids, and essential oils. It is emphasized that the plant's essential oil, composed of
different substances, is mainly responsible for its characteristic aroma, with potentially relevant
gastronomic importance. According to Queiroz et al. (2016), the main compounds of this oil
are: α-pineno, trans-cariofileno, elixeno, aloaromadendrene and γ-muuroleno.
Toxicological studies support the safe use of the species in food. According to a
literature review on the plant's in vivo toxicology, conducted by Gilbert and Favoreto (2012)
from the Drug Technology Institute of FIOCRUZ:
In the series of studies on the pharmacology of Cordia verbenacea
5
in
laboratory animals, significant levels of acute toxicity were not observed in
the extracts or isolated substances, either orally or topically administered
5
Synonym for V. curassavica.
Prospecting the gastronomic potential of “Erva-Baleeira” (Varronia curassavica JACQ.)
Arq. Bras. Aliment., Bauru, v. 8, n. 00, e023004, 2023. e-ISSN: 2446-9262
DOI: https://doi.org/10.53928/aba.v8i00.5001 6
(SERTIÉ et al., 1988, 1990, 1991 e 2005; BAYEUX et al., 2002; BASILE et
al., 1998; PASSOS et al., 2007; ROLDÃO et al., 2008). Sertié et al. (2005)
demonstrated that the lyophilized hydroalcoholic extract administered orally
to female rats during pregnancy did not affect the female's cycle, normal fetal
development, bone structure, sexual maturation, or fertility (GILBERT;
FAVORETO, 2012, p. 21-22, our translation).
Within this context, aiming to promote the use of Brazilian biodiversity in regional or
national gastronomy, the present study aimed to analyze the gastronomic potential of erva-
baleeira (Varronia curassavica Jacq.), focusing on its aroma, considering its acceptability,
aroma intensity, purchase intention, pre-processing, and cooking temperature.
Materials and Methods
Materials and Pre-processing
The leaves of erva-baleeira (V. curassavica)
6
in late August 2019 from a coastal area
used as pasture in the south of Santa Catarina Island (Florianópolis/SC), where the species
occurs spontaneously. The leaves were collected from six (6) specimens (distinct individuals)
from the exact location, mixed to obtain uniform and similar samples. To obtain the dried
leaves, the leaves were plucked from their branches and stored in plastic bags until the drying
process.
After transportation, the leaves underwent a screening process before drying to remove
impurities and elements not selected for the research, such as flowers from the plant itself,
branches, and even leaves outside the standard (dry, showing signs of herbivory, etc.). The
leaves were then divided into four (4) 100 g samples (replications) and placed on paper towels
on the internal shelves of a conventional oven (DeLeo®, Modelo A3SEDZ, Brasil). They were
kept for 36 hours at a constant temperature of 40°C until completely dry. This drying
temperature was selected based on Gasparin et al. (2014), which indicates a temperature below
50°C to obtain the maximum yield of the essential oil present in the plant and minimal leaf
color degradation.
Additionally, the DIN 6174 Standard (GASPARIN et al., 2014) stipulates that at
specifically 40°C, it is possible better to distinguish the color difference between fresh and dried
leaves. Concurrently with the literature justification, the temperature of 40°C was selected
6
The research has a registration certificate in the SISGEN (National System for Management of Genetic Heritage
and Associated Traditional Knowledge) No A7DCE9C, in compliance with the provisions of Law No.
13.123/2015 and its regulations.
Maria Luiza da Silva CORDEIRO; Liz Cristina Camargo RIBAS and Patrícia Matos SCHEUER
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because it is the minimum temperature used in the aroma intensity test in infusions, and drying
could not be done at a higher temperature to avoid causing issues in the analysis. Immediately
after drying, the yield assessment was carried out.
For the comparative sensory analysis between fresh and dried leaves, the dried leaves
were stored in hermetically sealed glass jars in a ventilated environment for one (1) week, while
the fresh leaves used were harvested 1 hour before the test to maintain their organoleptic
characteristics. For the experiment analyzing aroma intensity as a function of temperature, the
dried leaves were stored for three (3) weeks under the same conditions. For this latter analysis,
the leaves were ground in a blender (Walita®, Model BLSTMG-RD0-057) for use in the
proposed infusions.
The drying of the leaves for conducting the experiments, as well as the yield analysis,
was performed in the Research Laboratory of the Florianópolis-Continente Campus of the
Federal Institute of Santa Catarina (CTE/IFSC).
Yield
The yield in weight of dried erva-baleeira leaves from fresh leaves was calculated as a
percentage, based on the following formula, from four (4) repetitions, meaning four samples of
100g of fresh (initial) leaves each.
Yield (%) = ( 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑓𝑜𝑙ℎ𝑎𝑠 𝑠𝑒𝑐𝑎𝑠
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑓𝑜𝑙ℎ𝑎𝑠 𝑓𝑟𝑒𝑠𝑐𝑎𝑠) x 100
7
Acceptability Test, Purchase Intent, and Aroma Intensity of Leaves
According to ISO 11136:2013, "Acceptability tests are used to measure the intensity of
pleasure in consumption or degree of liking of the product through scale tests, i.e., ranking
tests" (DUTCOSKY, 2013, p. 296, our translation). The analyses took place in the Beverage
Laboratory of CTE/IFSC, applied to a group of untrained evaluators (n= 86). The evaluating
audience was composed of an open invitation to the internal community of the institution
(CTE/IFSC), with voluntary participation and prior signing of an informed consent form,
characterized by 71% female and 27% male participants, with 2% not responding to this
7
Translation of the text above: weight of dried leaves; Translation of the text below: weight of fresh leaves.
Prospecting the gastronomic potential of “Erva-Baleeira” (Varronia curassavica JACQ.)
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criterion. Most evaluators were aged between 21 and 35 years (40%), with 10% aged up to 20
years, 37% between 36 and 50 years, and 13% aged over 51 years.
The acceptability test, purchase intent, aroma intensity of the leaves, species recognition
and uses, as well as suggestions for gastronomic use, were evaluated through a specific semi-
structured questionnaire. For species recognition, the plant was presented to the judges in the
form of a branch approximately 30 cm long (Figure 2).
Acceptability
In this study, an acceptability test of the aroma for gastronomic use of fresh and dried
leaves of V. curassavica, was conducted through a questionnaire, with the aim of identifying
whether the evaluators would accept the plant's aroma under both forms of presentation (fresh
and dried leaves). Normally, acceptability testing is conducted with foods or aromas already
known to the judges. However, as the present study was a survey of a raw material not used in
food, the test was used to evaluate the acceptability of a new aroma in gastronomic terms.
Figure 2 - Species recognition, acceptability test for gastronomic use, purchase intention, and
analysis of aroma intensity of fresh and dried leaves of erva-baleeira (V. curassavica)
Source: Authors' Collection.
In this analysis, sample 1 consisted of three (3) to four (4) dried leaves of the plant per
evaluator, while sample 2 consisted of 1 fresh leaf per evaluator (Figure 2). Each judge was
instructed to manually compress and/or macerate/tear sample 1 (dried) with one hand, followed
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by sensory analysis of the aroma and acceptability test. A similar procedure was performed for
analysis of sample 2 (fresh), but the opposite hand was used to avoid aroma mixing. Between
each olfactory analysis, judges were instructed to inhale the aroma of roasted coffee beans to
neutralize previous aromas.
To assess the acceptability of the plant's aroma, a structured verbal hedonic scale of 5
points was used (1 - disliked very much; 2 - disliked; 3 - indifferent; 4 - liked; 5 - liked very
much), based on the methodology described by Dutcosky (2013).
Purchase intention and suggestions for gastronomic use
In conjunction with the acceptability test, an analysis of the intention to purchase the
plant for food use was conducted based on the analyzed aroma, highlighting the preference
between the use of fresh or dried leaves. The questionnaire evaluated purchase intention through
a closed-ended question, while suggestions and indications of gastronomic uses with the plant
were assessed in an open-ended question, allowing more than one response per evaluator.
The aroma intensity of the leaves
For this test, the assessor evaluated the aroma intensity using a scale based on the
application form of Dutcosky's single-sample test (2013) and the quantitative descriptive
analysis form proposed by the same author, using a scale with ratings from 1 to 4 (1 -
nonexistent; 2 - weak, 3 - medium; 4 - strong).
Influence of cooking temperature on the maintenance of V. curassavica aroma
The influence of cooking temperature on the plant's aroma was assessed in a specific
sensory analysis because preliminary tests indicated that erva-baleeira, exhibited excessive or
total loss of aroma when exposed to high temperatures. Therefore, a sensory analysis of the
plant's aroma in infusions under different initial temperatures (40°C, 60°C, and 100°C) was
conducted to evaluate the ideal temperature for maintaining its aroma in culinary applications.
For this purpose, a specific questionnaire was applied along with the analysis.
This test was also conducted in the Beverage Laboratory of CTE/IFSC, involving a
group of untrained judges (n=49). The assessor audience was also invited from the internal
community of the institution (CTE/IFSC), with voluntary participation and prior signature of
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an informed consent form, consisting of 69% female and 27% male participants, with 4% not
responding to this criterion. Regarding age, 8% of the assessors were up to 20 years old, 37%
were between 21 and 35 years old, 37% were between 36 and 50 years old, and 16% were over
51 years old (2% did not respond).
The infusions were prepared only from dried leaves of erva-baleeira (V. curassavica),
as they showed greater acceptability and purchase intention in the preliminary test described.
Another reason for their use, instead of fresh leaves, was because the test focused only on one
variable aspect, namely temperature.
For the preparation of each infusion, 12 grams of crushed dried plant material
(approximately 70 ml) were used in 400 ml of water (concentration: 30 g/l) at initial
temperatures of 40°C (sample 376), 60°C (sample 126), and 100°C (sample 824), as shown in
Figure 3A. The samples were coded with three random numbers, as recommended by Dutcosky
(2007).
For aroma evaluation, the infusions were served in transparent glass cups (Figure 3B),
with 50 ml of each sample per participant, identified by the three pre-established random
numbers. The presentation order of the infusions to the assessors was: sample 126 (60°C),
sample 824 (100°C), and sample 376 (40°C). The samples were not arranged in ascending order
of temperature to avoid inducing responses.
The assessors evaluated whether it was possible to perceive the aroma of the plant in the
specific infusion, also analyzing its intensity using a scale based on Dutcosky's single-sample
test application form (2013) and the quantitative descriptive analysis form proposed by the same
author.
Before the analysis, a sample of dried leaves of erva-baleeira was presented to each
assessor, aiming to educate the olfactory sense (recognition) about the aroma to be perceived,
excluding all other aromas that differed from the aroma in question. Each assessor was
instructed to manually compress and/or macerate/tear the leaves with their hands, followed by
sensory analysis of the aroma. Between samples, they were also instructed to smell roasted
coffee beans to neutralize previous aromas.
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Figure 3 Sensory analysis of the influence of infusion temperature (cooking) on the
maintenance of the aroma (intensity) of erva-baleeira (V. curassavica)
Source: Authors' collection.
The sensory analysis of the aroma intensity of the infusions was conducted based on
Dutcosky (2013), following the methodology already described in previous tests, using a scale
with scores ranging from 1 to 4.
Statistical Analysis
To analyze the yield of dried leaves from fresh leaves, the mean yield of the four samples
(replicates) was calculated, as well as the standard deviation (α) for statistical analysis of data
dispersion.
The sensory analysis of the first experiment (recognition of the plant, uses, aroma
intensity, acceptability, and intention to purchase fresh and dried leaves) was conducted by 86
untrained judges (n = 86), while the analysis of aroma intensity as a function of infusion
temperature was conducted by 49 judges (n = 49).
The means of the scores provided for acceptability and aroma intensity (in both
experiments) were compared using analysis of variance of the means (ANOVA), which were
further compared by Tukey's test (p <0.05). Other parameters were analyzed by relative
frequency (percentage).
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Results and Discussion
Yield
The commercial use of a plant is facilitated by its prior drying, allowing for storage.
Conversely, fresh plant material has a short and quick commercialization chain because its high-
water content facilitates the proliferation of microorganisms and enzymatic reactions, which
can lead to its deterioration (FARIAS, 2003; RODRIGUES et al., 2011).
In the case of Varronia curassavica, the yield of dried leaves obtained in a conventional
oven from fresh leaves was 30.9 ± 1.18%. This suggests a moisture content in the fresh plant
of 69%, although the gravimetric method in an oven, one of the most commonly used methods
to measure moisture content in plant samples (BORGES et al., 2005), was not performed since
the aim was to analyze the yield of dried leaves from fresh ones (generating proportionality),
rather than moisture content per se. Furthermore, the gravimetric method recommended by the
Brazilian Pharmacopoeia (BRASIL, 2010) specifies that samples should be dried between
100°C and 105°C, which could render the use of the plant unfeasible due to evaporation or
deterioration of its essential oils responsible for its characteristic aroma.
This calculated moisture content for fresh leaves of V. curassavica is relatively low
compared to other aromatic or medicinal plants already widely used by the population, resulting
in a higher yield of dry raw material. This is because the leaf of erva- is not succulent, being
quite resistant and with a high content of organic matter. In comparison, basil (Ocimum
gratissimum) and oregano (Origanum vulgaris) have moisture contents of 78% and 73%,
respectively (BORGES et al., 2012).
It is noteworthy that the temperature in the drying process can interfere with the
concentration of volatile compounds such as essential oils, especially in aromatic herbs. In this
regard, temperatures should not be too high in this process for erva-baleeira, as there is
evidence that temperature affects its aroma. Farias (2003) emphasizes that drying methods in
ovens determine not only the loss of water but also of other constituents volatilized along with
the water. Therefore, the first sensory analysis conducted involved fresh and dried plants,
precisely to analyze the intensity of the aroma in both presentations of the plant, as well as their
modifications.
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Species recognition and use
In terms of species recognition, 17.4% of the evaluators described knowing the plant,
while 72.1% mentioned being unfamiliar with it. Additionally, 10.4% claimed to know it but
incorrectly identified it, confusing it with other species: basil (1), lemon balm (1), "seed herb"
(1), fennel (1), chamomile (2), lemon balm (2), and myrrh (1).
It is worth emphasizing that although 17% of the participants claimed to know the plant,
only 3.4% of them remembered or knew its name. There is a possibility of confusion in this
recognition (as evidenced by the erroneous names given), since many evaluators relied solely
on the aroma for recognition, which can resemble that of other plants and even industrialized
spices.
The recognition names described by the judges for the plant were: erva-baleeira (3),
Cordia (1) and mijo-de-grilo (1). It is worth noting that the term erva-baleeiraor simply
baleeirais a popular term used in Brazil and along the coast of Greater Florianópolis for the
species (BOLINA, 2015; BRISTOT, 2014; HOELTGEBAUM et al., 2015), while the term
Cordia refers to the plant's former classification genus, indicating a certain scientific
knowledge of the judge. On the other hand, the term mijo-de-griloor miji-grilois another
popular identification term for the plant, especially in the south of Santa Catarina Island (LEAL,
2015).
Regarding usage, 3.4% of the participants claimed to have already used the plant for
some purpose. In terms of medicinal use, they mentioned its use as an anti-inflammatory and
for muscle pain relief, which is already proven by scientific studies (BOLINA, 2015;
BRISTOT, 2014; GILBERT; FAVORETO, 2012). The few mentions of the species' use in
gastronomy were as tea and seasoning for rice. It is worth noting that 86% claimed to have
never used it.
When asked about suggestions for using the plant in gastronomy, based on the perceived
aroma, 94% of the participants suggested its use in various preparations (Figure 4), with
emphasis on beef and derivatives (33%), sauces (26%), pasta and pizzas (22%), as well as fish
and seafood (17%).
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Figure 4 Gastronomic indications for erva-baleeira (V. curssavica) based on aroma
* Based on 81 respondents for this criterion.
Source: Compiled by the authors.
It is noteworthy that the use of the plant for seasoning various types of meat (beef,
poultry, fish, and seafood) was significantly mentioned by 64% of the evaluators who
responded to this criterion, highlighting the potential of the plant for this purpose.
Intensity and acceptability of the plant's aroma
In order to evaluate the gastronomic potential of erva-baleeira as a seasoning, the
acceptability, and intensity of its aroma were analyzed, based on both fresh and dried leaves,
aiming to determine which form is more accepted and better indicated.
Considering Table 1 and the scale used, the aroma intensity was rated as medium to
strong for both fresh and dried leaves. This intensity was statistically similar for both forms of
presentation of the plant.
Table 1 Analysis of intensity and acceptability of the aroma of dried and fresh leaves of
erva-baleeira (V. curassavica) for gastronomic use
Intensity
Acceptability
3,24a ± 0,049
4,02a ± 0,89
3,17a ± 0,049
3,51b ± 1,10
* Values are means ± standard deviation, based on 86 participants. Different letters after the mean values
in each column indicate significant differences between the mean ratings, according to Tukey's Test (p
< 0.05).
Source: Compiled by the authors.
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Regarding the acceptability of the aroma, as shown in Table 1, the dry leaf was rated
between "liked" (4) and "liked very much" (5) on average, while the fresh leaf received an
average rating between "indifferent" (3) and "liked" (4). It is also observed that the acceptability
of the dry leaf is significantly higher than that of the fresh leaf. Based on this sensory analysis,
there is a greater potential for gastronomic use of the dry plant, which favors its commercial
logistics due to its longer shelf life.
Purchase intention
When analyzing the purchase intention of fresh and dry leaves of erva-baleeira, only
4.6% of the participants mentioned that they would not buy the plant in any form for
gastronomic use, demonstrating great commercial potential for the plant in this regard (Figure
6).
Figure 6 - Purchase intention of fresh and dry leaves of erva-baleeira (V. curassavica), for
gastronomic use
*Based on 86 evaluators.
Source: Developed by the authors.
It is also observed in the figure that 76% of the evaluators would purchase the dried
leaves of the plant, and 54% would buy its fresh version. These data corroborate the aroma
acceptability results, directing the recommendation of dried leaves for gastronomic use.
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Intensity of aroma according to temperature
Preliminary tests for this study indicated aromatic loss of the erva-baleeira at high
temperatures (such as 150°C), which in some cases appeared to be total. Therefore, an analysis
of aroma intensity according to infusion temperature was conducted, aiming to indicate ideal
cooking temperatures for the best use of this potential seasoning's aroma.
Analyzing the results from Table 2 and based on the hedonic scale used, it was observed
that all infusions (at 40°C, 60°C, and 100°C) received intensity ratings ranging from weak to
moderate, despite being made with a relatively high percentage of dried plant (30 g/l).
Although the average aroma intensity of the 60°C infusion was numerically higher than
that of the 40°C infusion, both were statistically equal. It was expected that the lower the
temperature, the greater the perception of the aroma. However, substances must volatilize for
olfactory perception. Considering that the initial water temperature of the infusion of sample
376 was 40°C and that the ambient temperature was lower (around 20°C to 25°C), it is
presumed that there was a cooling of the infusion until its evaluation by the evaluators, resulting
in the reduction of volatile compounds present, consequently decreasing their perception.
Table 2 Analysis of aroma intensity of dried leaves of erva-baleeira (V. curassavica)
according to infusion water temperature
Temperature
Aroma intensity
40°C
2,55 ab ± 0,89
60°C
2,96 a ± 0,86
100°C
2,39 b ± 1,00
* Values are means ± standard deviation, based on 49 participants. Different letters after the mean values
in the column indicate significant differences between the mean scores, according to Tukey's test
(p < 0,05).
Source: Developed by the authors.
The aroma intensity in the 60°C infusion received practically average or moderate
scores. This aroma was statistically evaluated as more intense than the 100°C aroma, leading
to corroborating preliminary tests that high temperatures may affect reducing the aroma of the
species. Further studies are needed for conclusive statements, especially using trained
participants. However, as previously described, preliminary tests with the plant, conducted in
ovens at 150-180°C, found that the characteristic aroma of the plant became imperceptible,
leading to infer that the essential oils would have volatilized or destabilized with the
temperature.
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In Table 1, the main substances constituting the essential oil of erva-baleeira,
responsible for its aroma, as well as their boiling and flash points, have been systematized
8
.
Table 1 Main substances present in the essential oil of erva-baleeira (V. curassavica) e and
their boiling and flash points
Substance
Percentage in the
plant's essential oil
Boiling point
Flash point
α-Pineno
29,69 %
(QUEIROZ et al.,
2016)
155-163 °C
(CHEMÉO, 2019)
154-156°C
(CHEMSPIDER, 2019)
31 °C
(SIGMA-ALDRICH,
2019)
32-33°C
(CHEMSPIDER, 2019)
Trans-cariofileno
-Cariofileno)
22,6 a 27,4 %
(QUEIROZ et al.,
2016)
262-264 °C
(SIGMA-ALDRICH,
2019)
268±10 °C
(CHEMSPIDER, 2019)
101°C
(PUBCHEM, 2019)
105±14°C
(CHEMSPIDER, 2019)
Elixeno
14,9 a 17,2%
(QUEIROZ et al.,
2016)
284º C
(CHEMÉO, 2019)
258±40 °C
(CHEMSPIDER, 2019)
101±22 °C
(CHEMSPIDER, 2019)
Biciclogermacreno
13,8 %
(SANTOS et al. 2006)
267- 268 °C
(TGSC, 2019)
104 °C
(TGSC, 2019)
β-pineno
13,1 %
(SANTOS et. Al 2006)
166 °C
(PUBCHEM, 2019)
163-166 °C
(CHEMSPIDER, 2019)
36 °C
(SIGMA-ALDRICH,
2019)
43 °C
(CHEMSPIDER, 2019)
α-Humuleno
(α-Cariofileno)
12,4 %
(SANTOS et al., 2006)
166-168 °C
(SIGMA-ALDRICH,
2019)
276±40 °C
(CHEMSPIDER, 2019)
90º C
(SIGMA-ALDRICH,
2019)
110±22 °C
(CHEMSPIDER, 2019)
Aloaromadendreno
10 %
(QUEIROZ et al.,
2016)
258±7.0 °C
(CHEMSPIDER, 2019)
261-267 °C
(SIGMA-ALDRICH,
2019)
106±6 °C
(CHEMSPIDER, 2019)
γ-muuroleno
(gama-muuroleno)
9,1% a 9,8%
(QUEIROZ et al.,
2016)
271°C a 272°C
(CHEMSPIDER, 2019;
TGSC, 2019)
107 °C
(CHEMSPIDER, 2019;
TGSC, 2019;)
Source: Compiled from Cheméo (2019), ChemSpider, (2019), PubChem (2019), Queiroz et al. (2015),
Santos et al. (2006), Sigma-Aldrich (2019) and TGSC (2019).
8
The lowest temperature at which a substance releases vapor in sufficient quantity, which, when mixed with
atmospheric air, initiates inflammation upon contact with a source of heat (NICHETTI, 2010).
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It is observed that the boiling points of major compounds are below 156°C, suggesting
the use of the plant at temperatures lower than this to preserve its characteristic aroma. On the
other hand, the flash points of all analyzed substances are between 30°C and 100°C, indicating
that the recommended cooking temperature in ovens and stoves (heat sources) can be even
lower.
It is emphasized that the highest number of "non-existent" aroma notes (score 1) was
precisely attributed to the infusion at 100°C (20.4%), followed by the infusion at 40°C (10.2%)
and 60°C (6.1%). On the other hand, the highest scores for aroma intensity (scores 3 and 4 -
moderate and vigorous) were attributed to the infusion at 60°C (44.9% and 28.6% of the
evaluations, respectively), as presented in Table 3.
Table 3 Analysis of aroma intensity of aqueous infusions of dried leaves of erva-baleeira
(V. curassavica) as a function of temperature
Aroma Note
(Intensity)
TEMPERATURE
40º C
60º C
100º C
1 (non-existent)
10,2%
6,12%
20,4%
2 (weak)
40,81%
20,4%
36,73%
3 (moderate)
32,65%
44,9%
26,53%
4 (strong)
16,32%
28,6%
16,32%
* Based on 49 evaluators.
Source: Compiled by the authors.
Considering the three temperatures evaluated and the results obtained, as well as the
chemical nature of the constituents of the plant's essential oil, it is suggested that the culinary
use of the erva-baleeira does not involve temperatures close to or higher than 100°C, with an
ideal temperature at 60°C.
Additionally, when the aroma of the plant was not detected in the infusion, participants
were asked to indicate a similar aroma for comparison. Among the few responses, the aroma of
"mate" (5), which appeared for all three infusions, stood out. For the infusion at 100°C (sample
824), the highest number (5) of distinct aromas was suggested compared to the analyzed plant,
including the aroma of chamomile (2), which is very different from baleeira, evidencing that
the high temperature significantly altered the composition of the essential oils present, changing
the characteristic aroma.
Maria Luiza da Silva CORDEIRO; Liz Cristina Camargo RIBAS and Patrícia Matos SCHEUER
Arq. Bras. Aliment., Bauru, v. 8, n. 00, e023004, 2023. e-ISSN: 2446-9262
DOI: https://doi.org/10.53928/aba.v8i00.5001 19
Final considerations
The work carried out has identified the high culinary potential of baleeira as a
seasoning, based on the acceptability of its aroma, both from fresh and dried leaves. However,
the superior acceptability of the dried leaves enables longer storage and commercialization
chains.
It is worth noting that the aromatic potential of V. curassavia as a seasoning was verified
not only by its acceptability and purchase intention but also by the number of formulations
suggested by 94% of the judges, especially for meats in general (64% of respondents).
The evaluations indicated, in general terms, that high temperatures, close to or above
100°C, should not be employed for erva-baleeira (V. curassavica), with an ideal temperature
at 60°C, aiming to maintain its aromatic integrity. However, further studies are suggested using
trained aroma evaluators, as well as more temperature scales. Other studies, involving the use
of the plant in culinary preparations, can help consolidate the species in the food sector.
Finally, it is noteworthy that the culinary use of this plant can contribute socio-
environmentally, encouraging the use of Brazilian biodiversity and underutilized plants,
expanding not only the number of species used in gastronomy but also nutritional and
organoleptic diversity, as well as fostering local and small-scale production chains.
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DOI: https://doi.org/10.53928/aba.v8i00.5001 24
CRediT Author Statement
Acknowledgements: Special thanks to the Florianópolis-Continente Campus of the Federal
Institute of Santa Catarina for providing all possible support for this research to be carried
out.
Funding: Florianópolis-Continente Campus of the Federal Institute of Santa Catarina.
Conflicts of interest: The authors have no conflicts of interest to declare.
Ethical approval: The work followed ethical precepts, with the signing of an Informed
Consent Form (ICF) by all research participants, as advocated by ethics committees.
However, the research did not undergo approval from a specific ethics committee due to a
lack of time for all procedures at the time. Nevertheless, the research is registered in the
National System for Management of Genetic Heritage and Associated Traditional
Knowledge (No A7DCE9C), as it works with a species of Brazilian biodiversity.
Data and material availability: The undergraduate thesis that originated the article is
available for access in the IFSC institutional repository (https://repositorio.ifsc.edu.br/). The
raw data collected are under the authors' domain and available for further consultation if
necessary.
Authors' contributions: Maria Luiza da Silva Cordeiro: is the main researcher and
student who conducted the research as part of her bachelor’s degree in Gastronomy at IFSC,
which originated the article. Liz Cristina Camargo Ribas: research supervisor; assisted in
defining the research topic and objectives; made contributions to the text and corrections,
as well as assisted and guided in the experimental development and analysis. Patrícia
Matos Scheuer: research co-supervisor; in addition to contributions to the text, was
responsible for guiding the guidelines of the conducted sensory analysis.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.