A Festa da Batata no Catu dos Eleotérios do RN: celebração da colheita e da identidade indígena.

Autores

  • Nilton Xavier Bezerra Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte

DOI:

https://doi.org/10.53928/aba.v2i1.1208

Palavras-chave:

Identidade, catu, festejo religioso, batata doce

Resumo

Na comunidade indígena de Catu dos Eleotérios, envolvida em um recente processo de etnogênese e situada entre os municípios de Canguaretama e Goianinha, no Rio Grande do Norte, a organização de uma festa comunitária vem sendo progressivamente transformada, adquirindo novos sentidos para a população. De início, motivada em torno de um festejo religioso católico alusivo ao Dia de Todos os Santos, nos últimos anos, mudou para uma celebração da colheita da batata-doce. Se a programação religiosa no passado era constituída por missas, novenários e procissões, atualmente, passou a ter no Toré seu ponto alto, no qual seus participantes reverenciam com danças e cânticos as divindades indígenas. O evento também passou a servir de motivação para o desenvolvimento da agricultura familiar, para a elaboração de diversos pratos doces e salgados à base de batata-doce, além de apresentar transformações nos hábitos alimentares de seus habitantes e configurar-se como um espaço político para a reafirmação da identidade indígena potiguara no contexto contemporâneo.

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Biografia do Autor

Nilton Xavier Bezerra, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte

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Publicado

22/08/2021

Como Citar

Bezerra, N. X. (2021). A Festa da Batata no Catu dos Eleotérios do RN: celebração da colheita e da identidade indígena. Arquivos Brasileiros De Alimentação, 2(1), 86–93. https://doi.org/10.53928/aba.v2i1.1208

Edição

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Artigos

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