“A cozinha é a base da religião”: a culinária ritual no batuque do Rio Grande do Sul

Autores

  • Norton Figueiredo Correa Universidade Federal do Maranhão

DOI:

https://doi.org/10.53928/aba.v2i1.1212

Palavras-chave:

Comida ritual, religião, batuque

Resumo

O artigo aborda a comida ritual do batuque, uma religião afro-brasileira característica do Rio Grande do Sul, no extremo-sul brasileiro cuja maioria de adeptos são afrodescendentes. O modelo religioso segue o do chamado jêje-nagô, que cultua orixás originários da África Ocidental, invocados através de cânticos em línguas originárias dessa região, toques de tambores e alimentos que lhes são oferecidos. Existente a mais de um século e meio, no local, e contando com cerca de 40 mil templos, conserva com surpreendente fidelidade suas raízes originais. Entretanto, ao longo deste tempo, a culinária ritual, principalmente, assimilou elementos de outras etnias povoadoras do Estado.  Dos indígenas, adotou o churrasco, alimento do orixá Ogum, a farinha de mandioca, oferecida a algumas divindades e a erva-mate, de que é feito uma bebida, o chimarrão, também oferecida aos espíritos dos mortos. A polenta, de origem italiana, é alimento da deusa Oxum, enquanto que a batata, divulgada pela colônia alemã, é oferecida ao orixá Bará. O título do trabalho, que ouvi de uma sacerdotisa do batuque, traduz e ressalta a importância do alimento ritual como a principal moeda de troca entre os orixás e os humanos no pacto que estes últimos firmam com os primeiros. Mas não apenas isto: também se faz presente nas relações entre os vivos, entre estes e os mortos, na doença, na morte, em caracteres identitários do grupo. A abordagem é antropológica, privilegiando os princípios da “escola” da Antropologia Simbólica. 

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Biografia do Autor

Norton Figueiredo Correa, Universidade Federal do Maranhão

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Referências

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Publicado

22/08/2021

Como Citar

Correa, N. F. (2021). “A cozinha é a base da religião”: a culinária ritual no batuque do Rio Grande do Sul. Arquivos Brasileiros De Alimentação, 2(1), 116–127. https://doi.org/10.53928/aba.v2i1.1212

Edição

Seção

Artigos

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